segunda-feira, 31 de julho de 2006

Selecção Nacional e os estrangeiros

*


Chegámos ao ponto de um senhor, de seu nome LIEDSON, se disponibilizar para se naturalizar português, caso lhe peçam (não disse, peçam muito, mas pouco faltou) para integrar a selecção nacional.

Li em vários jornais, comentários, artigos, opiniões, enfim uma panóplia de expressões de gente desde o mente-capto ao intelectual de tv e tal incomodou-me.

É pressuposto que a Selecção nacional, não seja a selecção do nacional, nem um molho de jogadores arregimentados no Brasil ou pelas ex-colónias com maior ou menor geito para o pontapé na bola.

Não me parece que uma Selecção nacional que se encontra entre as quatro melhores do mundo precise de "contratar" um jogador, que não tem lugar na dele e por sinal inferior à portuguesa. Ainda muito menos pedir e garantir o lugar.

Não se trata de qualquer animosidade para com os estrangeiros, apenas cada coisa em seu lugar.

Se é certo que aceito genericamente a nacionalidade de alguém que veio até nós, se integrou social e culturalmente, respeita os nossos valores, quer fazer vida connosco e optou livremente por chamar este país de seu, já não aceito a simples classificação por importação ou contratação de mercenários estrangeiros.

A nacionalidade é coisa séria e não se prende apenas com o lugar onde se nasce, o qual só por si não é determinante, prende-se a outros valores pátrios que fazem as nações.

O futebol e o valor de bons ou médios jogadores não são moedas para compra de valores nacionais, talvez de clubes, mas não de selecções.

Quanto ao Deco e apesar de não ter dados suficientes, pareceu-me enquadrar o espírito, o futuro o dirá, mas outros existiram e existem, que deveriam ser naturalmente excluídos.

Prefiro os bons exemplos.


Xandala

terça-feira, 25 de julho de 2006

A casa da alma AZUL

*


Está velha e maltratada, mas é a minha casa e dos que têm alma AZUL.

Xandala

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Bom caminho-1ª Liga à vista

*

De acordo com a Lusa, Pedro Mourão está disponível para presidir à CD da LPFP.

Pedro Mourão, actual vogal da CD da LPFP, admitiu ontem aceitar presidir interinamente ao órgão, caso o presidente da AG, Adriano Afonso, o notifique para a missão.

Adriano Afonso tinha declarado que ia proceder à nomeação de um jurista para a CD da LPFP, para completar o quórum da CD da Liga de Clubes.

Mourão declarou àquela agência "A ser assim, assumirei de imediato a presidência da CD e convocarei uma reunião. Tanto eu como Frederico Cebola (outro vogal) sempre demonstrámos disponibilidade para encontrar soluções, ao contrário de outros. Fiquei a saber das declarações de Adriano Afonso pela comunicação social, mas aceitarei a decisão, quando notificado".

O Mais Futebol noticia hoje e sobre o assunto que o próprio Adriano Afonso, declarou: «Vou fazer funcionar o artigo 21º dos Estatutos que estipula que em caso de impossibilidade do presidente avança quem está a seguir».

O terceiro elemento será conhecido «quarta ou quinta-feira». "Tomará posse de imediato o que permitirá à CD reunir-se logo a seguir e tomar uma decisão sobre o «caso Mateus»." pode ler-se no Mais futebol online.

Xandala

Nem ligam à liga



Agosto é mês de eleições na LPFP e as conveniências ditaram o dia 10.

Com todo o mal estar gerado pelo "apito dourado" e os disparates da Comissão Disciplinar, chega-se ao ponto das novas candidaturas.

Ora quem se perfila? O grupo do costume, a dita continuidade controlada por Valentim Loureiro e o murro na mesa de Rui Alves, presidente do Nacional e protagonista de historietas.

Se há quem diga, "p´ra melhor está bem, está bem, p´ra pior, já basta assim", por mim não compactuo com sistemas falidos, enquanto existir alternativa credível é preferível.

Pena é que não consigam gerar melhores soluções e se rendam ao lobby do norte.

Caro Rui Alves, faça o favor de dizer ao que vem, quem trás consigo e curriculum e cadastro das personagens.

Chega de compadrios e cheques em branco.

O Senhor que se segue?

Xandala

sábado, 22 de julho de 2006

Caso embelemático

*

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Caso Mateus

«CASO MATEUS»: Comunicado Oficial
21-07-2006 20:41

Sobre o chamado “Caso Mateus”, entenderam “Os Belenenses” S.A.D. e o Clube de Futebol “Os Belenenses”, prestarem as seguintes informações:

1. A forma como desde início de Maio decorre o chamado “Caso Mateus” é demonstrativo da total incapacidade dos Órgãos que superintendem o Futebol Nacional.

2. Assistimos durante a ultima semana à utilização de processos que julgávamos há muito erradicados da Sociedade portuguesa.

3. As manobras vergonhosas, os conluios, os compadrios utilizados durante estes cerca de 2 meses e meio, ficaram totalmente a nu no decorrer desta semana.

4. Os protagonistas deste caso, nomeadamente o Desembargador Gomes da Silva e o Advogado Domingos Lopes, independentemente da sua eventual responsabilidade disciplinar e criminal, demonstraram claramente não possuírem condições éticas e morais para integrar qualquer cargo a nível nacional de índole desportiva.

5. Na sequência da estratégia definida para este caso e já amplamente divulgada, “Os Belenenses” S.A.D. vão, de imediato, informar os Organismos Internacionais dos recentes desenvolvimentos, de modo a habilita-los a intervir em prol da celeridade da decisão deste caso.

6. Atendendo a que a FIFA tem seguido com muita atenção a evolução do chamado “Caso Mateus”, certamente irá proceder em conformidade.

7. Em casos semelhantes a FIFA actuou suspendendo a participação dos clubes e das selecções dos respectivos países nas competições internacionais.

8. Se tal vier a acontecer “Os Belenenses” SAD não se sentirão minimamente responsáveis pelos enormes prejuízos que virão a ser causados ao Futebol Português, à sua Federação e clubes.

9. A Responsabilidade caberá, por inteiro, a quem, objectivamente, obstruiu a justiça, alimentando manobras dilatórias, ridículas, tendo em vista o entorpecimento da Justiça.

10. Também são responsáveis os que, pelos cargos que ocupam, podiam e deviam exigir celeridade neste processo e não desenvolveram nenhum esforço nesse sentido, continuando a agir como se nada se passasse e que tudo estivesse a ser transparente e claro.


Lisboa, 21 de Julho de 2006

A Administração dos Belenenses SAD

A Direcção do Clube de Futebol «Os Belenenses»


Divulgado no site oficial do clube.


Nota:

Apesar de não de afigurar como o caminho mais correcto, constitui uma tomada de posição que se respeita.

As rédeas do clube, mal ou bem estão nas mãos desta direcção e a ela enquanto orgão dirigente, espera-se as atitudes consentâneas com a responsabilidade que detem.

Perante os ataques "terroristas" de que foram alvo os Belenenses, eis uma resposta de saturação, admissível mas incompleta, talvez tardia ou desesperada.

Não é uma crítica negativa, apenas uma constactação.

Não esqueço o pedido do Engº Cabral Ferreira para que Dr António Gomes da Silva se demitisse da CD da LPFP. Exagerado? Justificado? Ou simplesmente gerido a contento?

Dar demasiada corda, fio ou conversa a determinado tipo de pessoas merece uma reflexão sadia e não recriminações internas e externas.

Vocês sabem do que estou a falar.

Xandala

terça-feira, 11 de julho de 2006

A barraca

Na feira havia a usual barraca dos tirinhos e o prémio do dia era “o palhaço”. Sabe-se lá porquê, mas os ursos estavam esgotados.

Analfabeto Furioso, nome suposto do anónimo que trataremos AF, experimentou a velha pressão de ar… Atirou uma vez, duas, três,… até quase à exaustão, apoiou ilegalmente o cotovelo, encostou a anca à bancada e fez trinta por uma linha e nada. O alvo estava rodeado de marcas e o centro… nada.

Reclamou AF do azar ser devido ao prémio não ser o tradicional e nada, Refilou AF do chão que não estava plano e não foi atendido, barafustou AF por a mira estar torta e não teve sucesso, lembrou-se então da hora do fecho… AHHHH quero o meu dinheiro de volta, porque o alvo já tinha fechado, logo, os meus tiros não podiam acertar e como indemnização quero o palhaço.

AF encheu o peito de ar e com os olhos reluzentes disse; “ o artº 43 blá, blá… e o artº 2 blá…” e respondeu-lhe o empregado, “ … ao menos lê o artº 42 que te manda imediatamente embora sem poderes dar mais tiros esta época…”.

E assim, AF meio resignado, foi pensar noutra estrangeirinha para os carrinhos de choque.

Moral da história, na barraca dos tirinhos, o AF não teve sorte nenhuma.

End of “de capítulo”.


Blue

António T.



Notas de casos similares: http://www.gilvicentefc.pt/

Regulamento aplicável:
Artigo 42.º
A pena de desclassificação importa as consequências seguintes:
1. Nas provas por pontos:
a) O Clube sancionado não poderá prosseguir na prova e os resultados verificados em todos os jogos disputados com esse Clube não serão considerados para efeito de classificação;
b) O Clube sancionado ficará a constar em último lugar da prova com (0) zero ponto.

Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

O pingo

Lembro-me de antigamente sentar-me à mesa para jantar, onde estavam todos os da casa e imperava o silêncio. Durante a refeição era para estar sossegado e todos respeitavam isso. Um beliscão por baixo da mesa, uma canelada ou joelhada em surdina, mostravam algum desconforto e era declaração de briga ou mal estar. No fim da refeição o meu avô esperava os últimos, normalmente os petizes, com um ar ternurento e poderoso.

Os sinais pontuais de desconforto durante a refeição, significavam claramente uma disputa entre tios ou entre tia e avó, que só mais tarde sobraram para mim.

Com todos ainda à mesa, o “vamos lá saber o que se passa?” abria as exposições. Entre o serenar de ânimos e a pergunta objectiva, as partes falavam à vez. No fim um veredicto e eventualmente um castigo ou reparação, raramente contestado, mesmo assim quando o era, apenas se podia fundar em injustiça na apreciação ou por comparação (analogia) com decisão anterior e teria que ser imediatamente fundamentado. Neste caso, se fosse atendível ou má ponderação a coisa passava, mas se fosse inaceitável, a penalização era agravada e merecia o célebre reparo “Não tens pingo de vergonha!”.

Era assim na casa dos meus avós onde fui criado, a excepção à regra, era concedida à minha avó que quase surda, dava conta de tudo e o coração permitia-lhe atenuar um castigo, sem retirar a razão ou beliscar a autoridade e o mais que lhe poderia acontecer era um olhar espantado do meu avô, a que respondia com um encolher de ombros.

Aprendi a associar esta imagem ao conceito de “bom chefe de família”, homem justo que sabia ouvir e fazia justiça entre os seus e muito ouvido pelos patrícios. A queixa de um vizinho ou comportamento diverso das regras das pessoas de bem, era reprovável com maior rigor nos de casa do que nos de fora dela.

É este “pingo de vergonha” que me incomoda na história.

O Sr António Fiúza passando por cima de tudo e todos, desde o presidente do Lixa que o terá repetidamente avisado da impossibilidade de inscrever um jogador amador, à Liga que tendo recusado aceitar o contrato, a obrigou com o recurso aos tribunais, e cujo ónus atira para o jogador, mas o beneficiário foi o clube, acabando pelas ofensas gratuitas ao presidente de outro clube por este se sentir prejudicado e exigir justiça. Nem o pingo.

A Liga recolhe méritos na recusa da inscrição, na resolução do assunto com os tribunais e posteriormente na sua retirada de circulação. Aqui teve vergonha.

Três pingos é muito pingo para uma instituição que se deseja credível e vai daí, não abre de imediato o processo para descida imediata, uma vez que era do seu conhecimento e nele participou para impor os regulamentos, prejudicando a competição, salvaguardando apenas receitas de jogos e televisivas. Descurou aqui o preço da justiça e o ónus recai também sobre todos aqueles que se calaram, incluindo os belenenses e todos os clubes da super-liga que por conveniência, “viraram a cara para o lado” após a recusa da inscrição e cessação da providência cautelar. E foi um pingo.

E sobre a Liga recai ainda a questão de nada ter feito em relação ao seu CD pelas tropelias, o dito por não dito, a rábula da escusa hoje, amanhã resolve-se, votos de qualidade. E lá foi outro pingo.

Resta saber o desfecho e se o pingo que falta cobre tudo.

Quanto ao CD os pingos de dois elementos que determinaram o seu pedido de demissão ou exoneração, foram gastos pelos outros dois, mesmo assim, recorreram ao crédito e estão endividados. Um já está dado à penhora o outro falido. Vamos ver se os primeiros fazem valer os seus pingos e mantêm o que foi feito, chamando com propriedade a si os seus pingos.

A Federação também não fica bem na fotografia, principalmente o seu CJ. Meio pingo.

Parafraseando o meu saudoso avô, “Não têm pingo de vergonha!”.


Blue

António T.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Folhetins de cordel

Não gosto de novelas! Pronto, não gosto sem que saiba exactamente porquê e nunca me preocupei em analisar o motivo da repulsa. Para mim basta, não gosto e chega-me.

Esta novela Mateus enjoa e trás ao de cima o que mais abomino nas novelas, enquanto histórias. Guiões mal contados que rebuscam temas vistos e revistos, gagues fora de tempo, uns pavões de segunda tentando voos perfeitamente impossíveis, etc, etc.

Para os mais superfíciais e ligeiros qualquer soco de títere no bandido, faz correr o sangue nas veias a uma velocidade impressionante, a adrenalina sobe e falam, e falam... com uma certeza de "déjá vue" onde são entendidos, invertendo posições assumidas a uma cadência vertiginosa.

Talvez, para os mais ponderados, os cenários sejam menos espectaculares e recordem o motivo de estarem aqui neste caos e nesta situação.

A presente época mostrou uma direcção incapaz de administrar os belenenses, com uma organização falhada, um prejuízo superior a 2,3 Milhões de Euro (cerca de 25% do orçamento) e os resultados desportivos que estão à vista.

Fraca panaceia para males tão grandes estas vitórias de Pirro.

É certo que Cabral Ferreira tem sido visto com energia e capacidade de luta, quiça as férias escolares dos seus meninos lhe tenham libertado tempo, mas e essa energia ao longo de uma época? O pau foi... as costas descansaram tempo demais, agora há forças, mas é tarde.

Diz-se com frequência... Assumo a responsabilidade! Isso consiste em quê? pagar os prejuízos, devolver o clube ao local onde de pleno direito histórico deveria estar pela via desportiva, ou na modernização da estrutura que tutela o clube?

Que é feito dos outros membros da direcção e orgãos do clube? Os belenenses não são uma monarquia absoluta!

Espero bem que esta vitória na secretaria (independentemente da legítimidade) não seja uma bandeira do tamanho de um campeão nacional para arvorar em campanhas eleitorais.

Se méritos existirem eles pertencem acima de tudo à competência de um gabinete jurídico, que é uma estrutura administrativa do clube.

Na construção da próxima época, alguns passos acertados vêm ao de cima. Mas que diabo só um cego não vê que um Silas não justifica o que ganha e só desestabiliza a equipa e um Faísca não é jogador de futebol.

Os belenenses não esquecerão, vão à luta, nada temem e serão capazes de escolher melhor.

Xandala