terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cromos do Belenenses

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Leal



Foi durante o defeso que antecedeu a temporada 1994/1995 que o Belenenses conseguiu garantir a contratação de José Leal, jogador de quem o Sporting tinha prescindido serviços, sendo, portanto, um atleta que se encontrava com o seu passe na mão e livre para escolher o seu destino como muito bem lhe aprouvesse.

Quando Leal assinou com o Belenenses, era, aos 29 anos de idade, um jogador coberto de algum prestígio e notoriedade no campeonato interno, fruto das 5 épocas que tinha realizado como titular do Sporting e de ser presença assídua entre os convocados da Selecção Nacional Portuguesa.
Este jogador tinha a particularidade de ser um defesa bastante alto e canhoto, atributos que o capacitavam para desempenhar com igual regularidade as posições de defesa-central e lateral-esquerdo.

Foi devido a estas singularidades que o seu ingresso no Belenenses causou sensação entre adeptos e até entre uma comunicação social sempre extasiada pelos seus 3 mais-que-tudo.
Os jornais desportivos, que na altura ainda não eram diários, e até as próprias estações televisivas, fizeram amplo destaque desta contratação e em força marcaram presença no início dos trabalhos de pré-época no Restelo.

(Além da de Leal, também a contratação de Ivkovic em tudo contribuiu para toda esta atenção mediática)

O Belém era apontado como um sério candidato a finalizar a liga colocado nos lugares europeus, vaticínio que acabou por não se concretizar, terminando o Belenenses o campeonato num modesto 12º lugar a 10 pontos do desiderato maquinalmente proclamado aos quatro ventos.

Para além das expectativas colectivas terem redundado em fracasso, a verdade, é que também a prestação individual de Leal acabou por não corresponder ao que dela se pretendia.
A contratação do internacional português visava sobretudo dotar o sector recuado Azul de qualidade, estabilidade e experiência, e, pressupunha ainda, poder de fogo no jogo aéreo defensivo e ofensivo decorrente dos lances de bola parada, no entanto, algumas lesões arreliadoras condicionaram a sua afirmação e manutenção como titular da equipa, acabando o jogador por apenas participar em 17 desafios.

No final da época, ponderado o seu rendimento, acabou mesmo por abandonar Belém e rumou para norte com destino ao Felgueiras de Jorge Jesus, onde, apesar da descida de divisão, fez um campeonato regular.
Depois de uma época em Felgueiras, e livre de lesões, viajou até à Reboleira para representar o Estrela da Amadora, onde realizou de forma sucessiva aquilo que dele foi esperado no Belenenses.
Apesar de veterano, gozava, imaculado, do prestígio acumulado ao longo da carreira, tendo por isso, ainda actuado no Santa-Clara, de onde regressou ao Académico de Viseu ancestral para encerrar uma longa carreira e tornar-se treinador de futebol.


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