sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Opções e coerência

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Acerca de ano e meio estava com Cabral Ferreira e Telmo Carvalho a discutir soluções para o clube, num espaço de Lisboa durante umas horas.

Cabral Ferreira resistiu a várias questões, essencialmente ouviu muito, contestou, explicou, aceitou teceu consensos.

É uma forma de estar "sui geniris" de abertura e saber estar.

Não se esperava uma revolução, nem a pedra filosofal apenas direi que procurava-se um rumo para o Belenenses e o então presidente aceitou discutir connosco.

Na prática é um previlégio poder discutir com amigos o clube que amamos em pé de igualdade, conscientes que não se tirariam ali conclusões definitivas e no dia seguinte cada um estava no seu lugar relativo em relação ao Belenenses.

Não vou revelar o conteúdo da reunião nem os temas, até porque por esta altura a memória apagou muita coisa.

Ficaram-me 2 frases ou o sentido delas que vou revelar, porque não são segredo nem reproduzem o pensamento implícito no discurso tido.

Não acreditava Cabral Ferreira que houvesse 3 listas concorrentes às eleições passadas, porque desde o Matias que foi excepção, nunca se verificou e a unificação era o trajecto elementar. Isto em tese oposta à minha que achava que se preparavam 3 a 5 listas em extremo. Ganhei esta teoria.

Outra afirmação de Cabral Ferreira na qual acredito sem dogma é a de nunca se ter recandidatado um candidato derrotado.

Esta última declaração de Cabral Ferreira questionou-me interiormente durante muito tempo sobre o porquê?

Reflectindo, encontrei explicação nos enleios das parcerias e estratégias, nos custos das candidaturas, nas fracas hipóteses dos derrotados, tec, etc.

Hoje, entre várias razões acredito que para além da derrota pessoal, estamos presentes a uma derrota do projecto e do dilema do candidato.

De facto seria vergonhoso e retiraria qualquer respeitabilidade a um sócio perder duas vezes, independentemente dos méritos e idéias divulgadas.

Por outro ângulo o binário candidato/projecto levado a eleições que seja chumbado não tem pernas para andar e sofreria sempre o estigma do chumbo.

Estas considerações conduzem-nos à inovação permanente e à clara separação de um sistema governo/oposição que nos querem enfiar à força ao ponto de a oposição ser tida em conta.

Que oposição e que falácias se transmitem ao ponto de membros da dita oposição darem entrevistas e terem mais voz que um comum sócio?

Que instituição é esta que é tida em consideração pelos orgãos eleitos do clube?

Não existe essa figura nos estatutos e é abusiva a atenção dada aos associados. Se querem ouvir, oiçam os sócios e para isso convoquem uma AGE, caso contrário trata-se de desrespeito para com a massa associativa.

A qualquer sócio é lícito opor-se à direcção e explicar os seus pontos de vista. Aqui tiro o meu chapéu a muitos que o fazem de uma forma correcta, no estrito interesse do clube, respeitando as regras de convivência e dos parlamentares, podendo inclusivé indicar sem prejuízo para outros, figuras singulares como Gouveia da Veiga, Mendes Palitos, Rui Almeida ou Pedro Patrão. Não me lembro de ouvir alguma referência destes consócios menos respeitosa, mesmo que a discordância fosse total face ao tema em discurso.

Pensar o Belenenses e procurar soluções é um serviço ao clube que apesar de nem sempre vingar, merece a máxima atenção.

Poderia até estar consignado nos estatutos o conceito de partidocracia que fosse considerado oposição, geradora de listas alternativas, etc, mas não está.

Com este princípio do "bota abaixo" torna-se complicado e com os arranjos de bastidores ainda pior.

Foi lançada uma petição para destítuir a Direcção em AGE, nada tenho contra nem a favor e respeito a vontade dos consócios que usem os meios regulamentares que dispõem.

Se tivessem pedido para divulgar, decerto o faria, independentemente de concordar ou não, como não o fizeram não se podem queixar.

Mas acerca desta petição a que oportunamente me referi, ou é séria para levar avante ou mera retórica do vamos lá ver... é que se é para já e não podia esperar mais 3 meses, agora pode por comodismo?

Onde param os interesses do clube que todos dizem querer defender.

Uma Direcção não faz nada num ano? E queriam que esta fizesse?

Haja coerência e exija-se o que há a exijir, pode ser que se houver eleições daqui a um ano outra vez poupe mais uma lista de assinaturas.

Claro que se pode sempre dar tempo ao famigerado CG de organizar as coisas para um afilhado, mas será isso que precisamos?

Devo dizer que fui o último a assinar a anterior, por isso entendo que tenho moralidade para dizer o que digo.

Que apareçam projectos diferentes dos recusados dos sócios e se faça já as eleições é o que se espera.

Vençam "os Belenenses".

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