quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Face oculta

Nos últimos 10 dias foram colocadas em evidência as fragilidades de comunicação do Belenenses. Se a informação aos adeptos via comunicação social era deficiente, alterou-se sem que tenha atingido um nível mínimo aceitável.

A entrevista de Viana de Carvalho à "bola" é desajustada, inoportuna e tardia mas marcou um ciclo pela tomada de uma posição de força contra tudo e contra todos em defesa do treinador. Se por um lado diz que não serve para fechar o clube, por outro a falta de resultados denota a contradição. Teimar em não despedir o treinador só terá a seu favor o argumento financeiro e mal será quando o Belenenses depender de um treinador para garantir a continuidade, afinal um treinador que se mostrou uma nulidade da responsabilidade do presidente, agravada pelo bónus concedido de duas épocas. Poderá haver volta a dar? Veremos.

Viana de Carvalho não deve vir a público dizer que faz uma profunda reflexão em silêncio e decidiu... que afinal já tinha decidido, o que tinha decidido no dia em que contratou João Pereira como se pode ler na imprensa. Vamos ver se a gente se entende, decidir que está decidido o que foi decidido quando contratou o rapaz. O caro presidente anda a reinar connosco se decidiu que estava decidido foi decidir o quê? Se estava decidido para quê ponderar o que já estava decidido? Convém pensar um bocadinho antes de falar.

É certo que esta entrevista meio atabalhoada teria sido útil em termos diversos, mas mantendo a essência umas semanas antes era fundamental, como também o seria o veicular de informação útil para a CS de modo a que os rapazes pudessem vender o seu papel e não se porem a inventar, provocando desestabilização e transformando o site oficial num orgão dos desmentidos. Desnecessário e dispensável.

Verificou-se a lei da rolha ao balneário, medida que discordo pela limitação de direitos de todas as partes, mas reconheço que o ruído da asneira perturba mais que o silêncio e se isso trás mais valias será útil, mantendo sempre as minhas reservas e dúvidas no procedimento. Disciplina é uma coisa, censura é outra.

João Pereira indicia ter sido apertado e já fala um pouco melhor, faltará colocar o plantel a trabalhar mais porque o que corre é que o trabalho é muito pouco e medíocre. A eficácia é melhorada pelo treino e não serão treinos de uma ou duas horas diárias que darão tranquilidade aos adeptos. Afinal estamos a falar de ditos profissionais e enquanto tal não podem picar o ponto e ir passear.

Medidas acertadas parecem ser a contratação de nutricionista e psicóloga de modo a limitar os prejuízos e restabelecer a moral da equipa. Ao contrário da minha posição em que discordava deste tipo de profissionais em equipas "ditas" amadoras quando a equipa de futebol não tinha, neste caso e porque se trata da principal actividade do clube/SAD faz todo o sentido, como o faz o trabalho sistemático para evitar que as energias sejam descarregadas nas discotecas e bares da noite.

O que não fará falta é o presidente da AG da SAD vir a público incendiar e lançar a confusão para ter os seus 15 minutos de fama. Carlos Martins não é o presidente da AG do clube e dispensa-se bem as suas lições sobre hipotéticas soluções de resolução dos problemas da SAD, principalmente quando configuram um acto de terrorismo por alarme social desnecessário. Ora se estivesse calado faria bem melhor.

Os Belenenses andam sofridos e têem medo dos erros sucessivos, a paciência é pouca e a intolerância ao previsível fracasso vem ao de cima. Estar poisado na linha de água com o mesmo número de pontos que o penúltimo é inadmissível, portanto ou o João Pereira faz pela vida ou está o caldo entornado.

Não ultrapassar o Valenciano será de bradar aos céus mas também não é preciso o discurso da final senão gasta o argumento.

Quer queiramos ou não, o orçamento do Belenenses comparativamente com os restantes não justifica a posição, nem o plantel é inferior a quase metade das equipas, portanto resta a orientação dos responsáveis e técnicos. Resumindo é preciso trabalhar.

Convém não esquecer que é preciso melhorar a comunicação quantitativa e qualitativamente, como convém não deixar ao Deus dará a organização dos jogos e nisso há que ter presente a questão do impedimento que anda a ser anunciado por parte da PSP à limitação dos direitos de cidadania da Fúria Azul e outros associados, no que se refere ao uso de símbolos ou simples citações inerentes à esfera do clube, como a que ocorreu no Porto.

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