Tempo de Decisões

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O processo de transição de Júnior para Sénior é uma fase crucial para o desenvolvimento de qualquer jogador de futebol.
É durante esta etapa da vida de um jogador que, por norma, se define a sua capacidade de singrar em alta-competição.
É durante este período, que os jovens jogadores mais necessitam de jogar de forma a darem continuidade a todo o seu processo de formação e evolução enquanto jogadores de futebol, processo este que é a consequência directa da sucessão de épocas em competição regular.
São conhecidos os inúmeros casos de jogadores que acabam por se perder para o futebol durante esta fase de transição.
As razões para que tal aconteça são diversas e conhecidas, no entanto, há a destacar a falta de oportunidades nos clubes que representam, que não oferecem ao jovem jogador a possibilidade de evolução e maturação, conseguidas através da acumulação sucessiva de experiências em competição, que assenta, naturalmente, numa prática regular do seu jogo individual em ambiente colectivo.

No plantel do Belenenses para a época que agora se iniciou, encontram-se alguns jovens jogadores provenientes dos escalões de formação do Clube que procuram alcançar o seu espaço junto de um lote de jogadores mais experientes, que, logicamente, se adivinham como as primeiras escolhas do técnico Jorge Jesus.

Observando as opções existentes no plantel para o modelo de jogo que Jorge Jesus pretende implementar neste Belenenses, e tentando adivinhar o que vai na mente do técnico (como se fosse possível!?), facilmente (será?) se depreende que estes jovens jogadores poucas possibilidades terão para competir regularmente.

Vejamos caso a caso:

Marco Pinto foi já emprestado ao Mafra, já que Costinha, Marco Gonçalves e Tiago Schmidt encerram as opções para a baliza.
Uma boa solução para o jovem internacional sub-19 poder competir regularmente, ainda assim, terá no clube mafrense a concorrência de Luís Ferreira, guarda-redes ex-Belenenses.

Mano, que pode alinhar como defesa-direito ou como interior-direito, enfrenta a concorrência de Cândido Costa e Amaral na faixa direita da defesa.
No vértice direito do losango do meio-campo, debate-se directamente com Ruben Amorim (se jogar Gómez), Mendonça (se não jogar Gómez) e até Hugo Leal.
A polivalência do internacional sub-21 é no entanto um atributo que lhe garante permanência no plantel e possivelmente nos convocados, mesmo assim, em circunstâncias normais, não jogará tanto como necessita.

Carlos Alves é defesa-esquerdo e está completamente tapado por Rodrigo Alvim e Areias.
Para o internacional sub-19, um empréstimo a um clube onde pudesse competir regularmente seria uma óptima solução.

Sandro Moreira encaixa no vértice esquerdo do losango do meio-campo, onde disputa directamente a posição com Silas e Fernando.
O internacional sub-19 também terá, em circunstâncias normais, poucas oportunidades de jogar.

Tiago Figueiredo é um jogador que pode ocupar os vértices direito e ofensivo do losango do meio-campo.
No vértice direito enfrenta a concorrência já mencionada, enquanto que no vértice ofensivo depara-se com a concorrência directa de jogadores como Zé Pedro e Rafael Bastos.
Em circunstâncias normais também terá poucas chances de desenvolver as suas capacidades em competição, pelo que um empréstimo é uma opção a considerar.

Existe ainda o caso de Weverson, que aos 19 anos na sua primeira experiência no estrangeiro, tem para já, a concorrência de Rolando, Gonçalo Brandão e Devic.
Caso seja contratado outro defesa-central, este jovem jogador poucas oportunidades terá para actuar com frequência, portanto, talvez rume a outras paragens por empréstimo.

O Belenenses tem neste momento 25 jogadores em trabalhos no plantel e Jorge Jesus já manifestou a sua vontade em contar com mais alguns reforços.
Só podem ser inscritos um máximo de 27 jogadores na LPFP.
Até dia 31 de Agosto, data em que encerram as inscrições, algumas decisões quanto à permanência destes jovens no plantel vão ser certamente tomadas.
Jorge Jesus é quem decide, é esperar para ver.

O Belenenses arrancou para esta época envolvido em quatro frentes diferentes, pelo que o caminho a percorrer será certamente longo.
A competência técnica aliada às variáveis incontroláveis do jogo determinarão quem jogará.

Como no futebol por vezes a lógica é uma batata, é bem provável que nada disto faça sentido.