Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, treinador, 24/7/1954, faz 53 anos amanhã.
Conhecido por Jorge Jesus é o treinador principal do Belenenses nas lides futebolísticas.
Do seu perfil muito havia a dizer, o seu jeito bairrista, o seu ar gingão, aquela voz rouca de puto que jogava à bola constipado que lhe confere o timbre natural de fadista, o vocabulário popular que esconde o pragmatismo e tudo aquilo que não quer dizer, o sentimento pelos valores que não esconde e o colocam na antítese do mercenário, o tipo que não perde a feijões, o self-made-man que encara os desafios de modo a ganhar e onde o ganhar é pouco porque se impõe pessoalmente ser melhor que os outros.
JJ é um “mouro de trabalho”, trabalha que nem um escravo, mas não pensem que é por imposição social ou contratual é por dever que tem consigo próprio, por gozo no que faz e pelo estilo de vida que adoptou, por puro prazer de conseguir e isso está no sangue, duvido que mesmo em férias conseguisse um só dia sem ler um jornal desportivo, um telefonema ou uma conversa com a estrutura, mesmo com outros intervenientes no fenómeno desportivo.
JJ tem prazer em falar em desporto e no futebol em particular, respira futebol e tal quer dizer sentir as pessoas nas suas dimensões, os sócios e adeptos, os responsáveis ou colaboradores e oposições, os técnicos adversários, os jogadores das partes do tabuleiro, a sua equipa e os ruídos exógenos, tal como tem de precaver a sua carreira que de algum modo não o preocupa pelo empenho cego que coloca na actividade.
Conheço poucas pessoas como JJ no âmbito profissional, a viverem a realização da sua opção e isso é raro, hoje em dia com as escolhas erradas a que somos sujeitos e de nada serve ter estes profissionais se não os soubermos aproveitar, felizmente que o estamos a saber fazer e nos dois sentidos.
A escolha de JJ para os Belenenses, vi-a com agrado e muitas reservas, o aparelho não estava pronto para JJ e havia caminho a percorrer, não que o tivesse como má escolha mas pela conjectura, onde seria fácil ser trucidado pelos estragos dos antecessores e aqui é a minha feliz surpresa, os belenenses entraram em regeneração e deram-lhe condições, logo o trabalho está à vista.
Na sua deslocação ao Brasil assumi que ia “farejar” e fazer trabalho em prole do clube e pessoal, nem me passou pela cabeça que alguém chamasse àquilo férias, tal como não me acredito que entre outras opiniões a de Marinho Peres fosse dispensada e não reuniram para debater, são pensamentos meus sem fundamento demonstrável, mas com boas probabilidades, tal como a sua pesquisa já referenciou alternativa e marcações para o próximo ano, isso sim é serviço!
Na arte de treinar, mais dizia de dirigir uma equipa no palco de jogo, JJ é mestre pelo estudo do adversário e na utilização da matéria prima que tem de gerir, tem uma leitura de jogo que lhe permite avançar com o banco em complemento orgânico da equipa no terreno e claramente estuda os seus directos adversários (treinadores) porventura uma mais valia que muitos desdenham, mas afinal eles resumem o combate entre eles como se o resto fosse cenário, o que está correcto pelo ponto de vista do “jogador de xadrez” e o que não é um treinador mais que isso, dentro da inconstância dos factores.
JJ tem mais que fazer que se preocupar com o que escreve a blogosfera e está longe de ser um internauta, mas aqui ficam os parabéns pelos seus 53 anos.
Que contes muitos e no Belenenses!
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