quinta-feira, 3 de maio de 2007

Mundo Belenenses

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O bairrismo não tem mal se nos cingirmos ao sentimento de identificação dos valores que defendemos, que na prática será a extrapolação hierárquica do egocentrismo.

Quando vejo os dados estatísticos e constato que mais de 20% dos acessos são de fora de Portugal e curiosamente do continente africano é um deserto, uma segunda análise revela outros 30% são exteriores à grande Lisboa.

Costumo ler esses dados pontualmente para ter a noção a onde chega o Belenenses e onde estão.

Nasci para o Belenenses na zona de Elvas e admito que nem sei como, nem a memória chega tão longe ou os relatos da rebeldia aos gostos familiares trazem novas.

Presumo e considero eu que terá nascido de uma miséria que o Belenenses foi fazer para aquelas paragens, que por sinal até tinha muitos Belenenses, onde conseguiu uns anos antes ganhar uma taça.

Fosse por essa razão ou por ser conotado com Lisboa onde acidentalmente nasci, nunca admiti outra cor distinta do azul, ao ponto de toda a loiça do menino ter que ter o embelema do belenenses porque senão ele não comia.

Mais tarde com um irmão lagarto e uma irmã lampiã, não tinha nada que saber, desde a escova de dentes ao fatito, o azul tem dono.

Considero assim que o Belenenses é um clube do mundo, sem fronteiras e não posso aceitar a sua redução ao clube do “bairro ao lado”, como se fosse tomado e sua propriedade como terá sido transmitido (consciente ou inconscientemente) por uma lista na campanha passada.

O terror que tentam passar com a hipótese de anexação por 200 ou 300 sócios da 2ª circular, caso o voto seja unitário, faz tanto sentido como o clube de Freixo de Espada à Cinta comprar os terrenos para uma estância balnear.

O próprio candidato me revelou que concordava com um homem um voto, sem que o tenha feito bandeira de campanha o que aceito.

Já não concordo com o porta-voz do Tourizense, aquele clube que perdeu em casa por 0-2 com o Benfica na 5ª eliminatória da taça passada, que por acaso tinha duas concessões no Restelo.

Significa que vendemos a imagem do Belenenses ao Tourizense? Creio que não!

Chamar “espanhol que nem sei se é sócio…” em plena AG, não é de bom tom.

Em primeiro lugar o “espanhol” tem nome e chama-se Javier Murugarren e sim, é sócio do Belenenses, vende os seus serviços ao Belenenses como qualquer empresa que vende e compra ao clube.

Qual é o problema de ser espanhol? Deverá ser o mesmo da maioria dos associados que não vive em Belém, ou do francês que esteve mais de metade do tempo ao meu lado na AG, ou do angolano que cumprimentei, ou dos sócios russos com quem nado e dos alemães, etc, etc.

Sim, porque o clube tem sócios de muitas nacionalidades e ao se inscreverem nem têem que declarar tal, como os jogadores de futebol não são de Belém ou da Ajuda, felizmente que somos um clube mundial e não um clube de bairro.

Não se pode querer fazer os adeptos sócios e dizer-lhes “paga e não riscas nada”, se os Belenenses estivessem entregues a meia dúzia que tenta a todo o custo dominar e controlar o clube, este já tinha definhado e acabado à muito tempo.

E nem quero falar muito das insinuações do presidente ser lampião, porque senão diria que fulano é do Tourizense, eu sou da Academia Grandela e dos Leões das Furnas, o presidente do Benfica é do Porto, do Sporting, do Alverca e nem sei que mais e por aí, nem vale a pena.

Deixem-se de tretas, respeitem os consócios e lutem para que o Belenenses seja maior.

Os sócios têm deveres e obrigações, que os cumpram escrupulosamente que não foi o que se viu por parte da dita oposição na última AG, respeito coerência e humildade são factores a ter em conta.

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