sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Restelo às Moscas- Parte II


Imaginem um Sábado à noite de um ano qualquer, num jogo televisionado em directo do estádio do Restelo.

Como habitualmente (muito se repete esta cena) as primeiras imagens do estádio do Restelo mostraram só cadeiras vazias. Reportando-me agora a um caso real, o repórter de serviço entrevistou o então treinador do Belenenses e perguntou-lhe se não estaria à espera de mais público nas bancadas. O treinador achou que a explicação para tão pouca assistência seria o facto de se estar em Agosto e haver férias, etc.

Vamos a ver o que disseram os adeptos.

João Gonçalves referiu na altura que o problema estava relacionado com o preço dos bilhetes que era ridiculamente alto, lançando o mote. O preço mais barato de um bilhete era de 20€. Neste momento é apenas de 7.5€ e o problema mantém-se exactamente igual.

PedroL considerava inadmissível que num jogo televisionado houvesse bilhetes a 30€ para as centrais ou a 20€ para a superior. Sugeria que houvesse também bilhetes a 10€ para o Topo Norte, mas mesmo esses seriam caros para um jogo Belenenses com uma equipa do meio da tabela televisionado. O mais correcto quando a PedroL seria a política das portas abertas nos estádios e que mais vale muitos e baratos do que poucos e caros. Assinalou o facto de que já houve assistências de 20.000 pessosas, com entradas gratuitas e que o clube foi censurado pela Liga, que o proibiu de repetir o facto

João Nunes alinhou pela bitola dos bilhetes a preços baixos, quando comparados com os vencimentos praticados em Portugal. Quem gosta de ver bom futebol paga a SporTV e vê grandes jogos dos melhores campeonatos europeus. Nas entrelinhas percebe-se que para ver desilusões mais vale ficar em casa. Se os jogos fossem ao Domingo à tarde, todos à mesma hora, o panorama seria outro. Acrescento eu: ainda para mais, agora que os relatos dos jogos do Belenenses são raros, a malta para estar a par teria mesmo que ir ao estádio.

Rui alertou para uma situação muito interessante. A maior parte das equipas da Liga levam de 0 a 100 pessos fora, enquanto Porto , Benfica, Sporting, Académica, Setubal, Guimarães e Braga têm mais adeptos fora do que muitos dos primeiros em casa. Não justifica esta situação, mas pode-se perceber que existe uma certa mística à volta dessas equipas. São tudo equipas com largas tradições e que conseguiram envolver de certa forma emocionalmente os adeptos. Os preços são mais uma vez a questão chave, salientando igualmente a qualidade dos espectáculos como factor de deserção. 5 € para a cabeceira era um bom preço, bem como a existência de um pacote familiar.

Francisco Nunes referiu que o problema está em primeiro lugar na falta de ambição e em segundo lugar na imagem, salientando que os dirigentes se deviam bater para que o clube aparecesse mais nos jornais.

Daniel Pinto referiu os preços elevados (apesar de serem aceitáveis), a falta de massa associativa e de ambição.

Vitor Pimenta junta a “corrupção” à questão do preço e da falta de qualidade do futebol.

Luis Lacerda acha que a qualidade do futebol do Belenenses não é inferior ao das equipas “grandes”, pelo em termos relativos o preço não é alto. Tal como um adepto que se assina por Pois Pois, acha que esse nível não consegue aliciar os habituais frequentadores do “sofá” a sairem à rua. Os dias são mal escolhidos e a “malta” anda cheia de futebol durante toda a semana.

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