O Belenenses voltou às vitórias na passada sexta-feira, derrotando o Paços de Ferreira por 2-0.
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O Estádio estava às moscas, deserto como nunca e os atletas em campo mais uma vez não puderam sentir o calor do público que os adora por esse mundo fora. O estádio é grande, enorme e o público muito escasso. A primeira conclusão a que chego é que o Belenenses nunca joga em casa, pois as escassas centenas de pessoas que vão ao Restelo ficam muito, muito longe do relvado. Os jogadores não são suficientemente apoiados e os árbitros não sentem a mesma pressão que nos outros campos.
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Quanto ao jogo, Jorge Jesus mais uma vez mostrou a sua adoração pelo futebol ofensivo e enfrentou o Paços e Ferreira com uma equipa completamente virada para o ataque. Surpreendeu deixando ficar Roma no banco e lançando Eliseu em sua substituição. Na primeira parte a estrutura alternou entre 4x3x3 e 4x2x4 e o resultado não poderia ser outro, que não uma sucessão de lances de ataque do Belenenses, com cantos atrás de cantos e a bola muito tempo na área do Paços de Ferreira.
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Dady supreendeu-me pela positiva e está claramente em progressão. O homem é um poço de força, está a melhorar tecnicamente (já consegue recepcionar bem as bolas) e na luta corpo a corpo ganha lances atrás de lances. É uma aposta ganha e deve continuar a jogar.
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O Eliseu corre como ninguém naquela equipa. Em poucos segundos, tanto aparece a defender como a atacar. Houve momentos em que fiquei confuso pois ele aparece em todo o lado. Parece-me contudo que teve problemas de posicionamento e que devido a isso se desgastou excessivamente. Durante a primeira parte surgiu com a mão na anca, sinónimo de cansaço (ou seria do tal toque que levou?).
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Na segunda parte a equipa recuou, recuou demasiado, mas continuou a lutar bravamente conseguindo os seus objectivos.
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Gostaria de destacar Nivaldo e Gaspar pela capacidade de antecipação e voluntarismo.
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Houve coisas de que não gostei muito e que gostaria de ver melhoradas proximamente:
- A equipa tem muita dificuldade em segurar e circular a bola, quando está em vantagem, parecendo faltar um patrão no meio campo;
- Há problemas nas saídas para o contra-ataque. Nos cantos defensivos, apena Dady (que nem é muito rápido) fica lá à frente, quando até se justificava pela sua estatura que estivesse a cobrir alguém. Porque é que não fica mais 1 ou 2 jogadores rápidos próximos da linha de meio-campo: teria a vantagem de se segurar mais defesas contrários e proporcionar saídas mais rápidas e perigosas. Neste aspecto gostaria de saber quais seriam as indicações que foram dadas a Eliseu e Candido Costa nesse aspecto? Estou em crer que o Eliseu tinha instruções para ficar mais à frente, mas se esquecia e recuava excessivamente (cheguei a vê-lo cortar uma bola quase em cima da linha de balisa);
- Os passes longos são muitas vezes falhados, o que origina que não consigamos fazer um único contra-ataque de jeito. Desta forma, o Roma por exemplo fica completamente desaproveitado, pois não lhe chega jogo nenhum em condições: é frustrante.
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Em conclusão, a equipa é suficientemente determinada e brava para enfrentar esta época, tecnicamente está acima da média, mas ainda tem que evoluir no controlo de bola, posicionamento dos jogadores em campo e lançamentos longos. A movimentação atacante nos cantos também é um aspecto a rever, pois com a quantidade de lances que temos, os remates à balisa não existem. Os nossos melhores cabeceadores não podem ficar estáticos e têm que se movimentar mais. Estou em crer que Jorge Jesus ainda tem muito que gritar, mas vai valer a pena.
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O que mais vi no Restelo? Muita malta conhecida dos blogs, boa disposição e desportivismo. Tive o prazer de conhecer o Xandala em pessoa, que me apresentou entre outras pessoas, o Mendes Palito, muito simpático e educado. Já que foi aqui referido, também vi o João Gonçalves de conversa com o Pimenta Machado, ambos impecavelmente bem vestidos. Não vi nada de especial nisso, só tive pena de não ver mais figuras VIPs no nosso estádio, que à semelhança dos adeptos e sócios vão-se afastando destas paragens.
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