quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Os Jesuítas

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Este Sábado, em véspera de Referendo Nacional sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, o Clube de Futebol “Os Belenenses” desloca-se ao Estádio Arnaldo Dias, do Odivelas Futebol Clube para defrontar a equipa do Odivelas SAD, em jogo a contar para os 1/8 de final da Taça de Portugal e a principiar pelas 14:30 horas de Portugal Continental.

Jorge Jesus, já veio a público afirmar que tem como objectivo vencer a presente edição da Taça de Portugal.

Ambição essa partilhada pelos seus pupilos, que já garantiram que tudo farão para alcançar tal desiderato.

Este discurso de ambição emanado do seio do plantel tem toda a razão de ser, ou não fosse a Taça de Portugal uma prova a eliminar, em que os caprichos do sorteio, combinados com um misto de audácia e sorte, podem conduzir qualquer equipa à conquista do segundo troféu mais importante do futebol português.

O Belenenses tem grande tradição na prova, tendo já vencido a Taça de Portugal por três vezes, a última das quais na saudosa época de 1988/1989.

Nesse ano, o Estádio do Jamor vestiu-se de gala para receber um Belenenses-Benfica de boa memória para os Azuis do Restelo, já que o Belenenses venceu por 2 golos contra 1.

Nessa tarde quente de Maio, Chico Faria e Juanico marcaram os golos que derrotaram o Benfica.

Marinho Peres era o treinador e José António o capitão que recebeu das mãos do Presidente da República Portuguesa de então, Mário Soares, o ceptro mágico.

O momento em que o grande capitão José António levantou a Taça para regozijo de milhares de belenenses que festejavam eufóricos, foi uma das imagens mais belas que já vi.

Que esplendorosa imagem me crava a memória!





O treinador do Belenenses, Jorge Jesus, consegui montar uma equipa bem à sua imagem.

O Belenenses tem individualidades que fazem a diferença, joga como um colectivo, pratica bom futebol e essencialmente joga para ganhar.

Há muito tempo que não se via um Belenenses assim.

Desde os tempos de Marinho Peres que os adeptos do Belenenses não tinham esta relação de afinidade com o treinador e a equipa.

Este Belenenses começa a despertar instintos viciantes de prazer, alegria, ambição e vitória nos seus adeptos, que apáticos e escondidos por este país fora vão saindo do seu exílio para acompanhar a equipa para todo o lado.

O Belenenses tem de voltar a ser um clube de massas, um Clube que arraste multidões para qualquer Campo onde vá jogar.

No último jogo em Setúbal já se viu uma pequena amostra deste sentimento de apego a uma equipa de guerreiros, que outrora já foi uma equipa macia, desinteressada e desinteressante, capaz de levar ao desespero uma massa associativa sempre exigente.

À beira Sado, já se ouviram ecos ensurdecedores de Belém! Belém! Belém!

Aproveito para deixar aqui uma sugestão para baptizar esta equipa.

Se é unânime que foi a companhia de Jesus (o Jorge) a responsável pela alteração dos estados de espírito e pelo ressuscitamento deste Belenenses, porque não chamar a esta equipa “Jesuítas”?

Força Jesuítas, tragam de Odivelas mais uma vitória!

O Jamor é o limite!

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