sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

AG (3-3) Regícidio

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Não é possível adiar o inadiável e a red line da modernização do Belenenses já passou, Cabral Ferreira não a viu ou simplesmente a ignorou.

O futuro sombrio que paira sobre os belenenses, já se adivinhava à muito e este mandato agravou as condições de sustentabilidade.

Enquanto a direcção procura suavizar o último extertor, sem que para isso tivesse a coragem e elevação de poupar o sofrimento do clube, numa atitude egoísta, não se demitiu e num rasgo de sado-masoquismo resolveu prolongar o inevitável.

A queda da direcção pedida e suportada por 36 votos contra 26, foi resolvida pelas 28 abstenções, ou seja 19 sócios seguraram a direcção com a sua abstenção.

Os buracos no pavimento, a ferrugem que abriu buracos no metal, a massa que deixa o ferro em corrosão à vista e as caleiras que não sustentam as águas, são os sinais visíveis mais evidentes duma ruína em passo acelarado, o pior é que a estrutura organizativa do clube é um espelho disso.

Soluções sérias não há, a oposição ou a massa de sócios que quer endireitar o clube não se uniu e revela fragilidades tremendas.

Qualquer modelo conhecido que se possa perfilar, não tem a força suficiente para tão grande tarefa e pelo pior procurará a continuidade e pelo menos mau procurará levar água à sua quintinha.

Se a continuidade não serve, qualquer personagem por mais competente que seja e menos conhecida dos sócios será classificada de paraquedista, oportunista e que quer tacho, concluindo um número significativo de sócios não querem o modelo antigo, mas também não quer alguém novo. Faz-me lembrar os judeus que esperavam O Messias e quando ele veio mataram-nO. É esta atitude sebastianística tão cara ao povo português e aos belenenses em particular que está a matar o Belenenses.

Decerto dentro de dois anos não teremos qualquer actividade desportiva profissional no clube, incluindo o futebol, neste caso porque vai ser aplicado o processo de certificação para as competições e não reunimos condições para tal e as restantes modalidades ditas amadoras não terão onde ir buscar verbas de suporte. Visão catastrofista de Velho do Restelo?

Pelo passivo não desmentido, atinge o valor aproximado do orçamento anual do clube e as receitas alternativas não conseguem uma recuperação no período.

O bingo tende a diminuir, os sócios a debandar, os praticantes a desaparecer pelas condições medíocres ou como já está em vigor na ginástica a constituírem custo pelo peso das instalações. O imobiliário é uma ilusão para não dizer um conto do vigário.

Já falta pouco para mandarem uns quantos cartões com um número baixinho e um punhado de votos para o museu da cidade.

Só espero não ver, porque fui e sempre serei BELENENSES.

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