A caminho do Restelo, ouço na rádio notícias de prisões e agressões a manifestantes, "verdades" para cá e para lá e o jornalista pergunta ao manifestante " a manifestação estava autorizada?"
o pobre coitado lá se descartou que não era o organizador, valha-me a santa ignorância, os tipos são anarcas, alguém explica nesses cursos de polícia e de jornalismo o que é um anarquista?
Recordei os meus passatempos de rebelde antes da revolução em que escrevia aquelas mensagens deliciosas dos disparates mundanos e no fim lá vinha o A dentro do círculo, copiadas à exaustão para as costas dos bancos dos eléctricos e I.S. públicas por outros tantos que não pagavam direitos de autor, porque precisamente eram anarcas.
Ora isto era antes do 25 de Abril onde entoava canções com o meu grupo de amigos, de Zeca Afonso, Pe Fanhais e outros tantos, depois da revolução já não tinha piada.
"Je t´aime mois non plus" e outros temas eram proíbidos e não havia festa onde o vinil não fosse ao prato três ou quatro vezes, tal como livros de edições proíbidas, recordo que estavamos então no antigo regime.
Fazendo um intervalo no trabalho lá vou eu lanchar, eis que me vem um empregado com o "diário desportivo" e uma entrevista de duas páginas de Cabral Ferreira, chega já estou farto de ler as mesmas coisas faz duas semanas, dobro o jornal e "a fechar" desperta-me atenção, leio, trago e partilho (clique na imagem para ampliar), só me vem a imagem do texto aplicado ao Belenenses e apetece perguntar "somos filhos da madrugada?" onde está a raça e o espírito rebelde que move montanhas, rasga com o passado e vê o futuro?
Essa ruptura está por fazer, mas acredito que vem aí, tal como acredito que os Belenenses serão campeões a curto prazo!
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