O que foi dado ao prelo, revela um acordo de parceria entre o Belenenses e o Real Madrid em fase de ratificação.
Não é a primeira vez que se tenta algo do género e nem com este clube.
Ressaltam-me daqui muitas dúvidas que fazem renascer o velho sentimento de velho do Restelo.
Javier Murugarren é o "oficial de ligação" deste processo, mas não me atrevo a colocar questões sobre o assunto, porque nesta fase nem quero saber mais do que sei.
A parceria podia ser consolidada esta semana, mas a ultimação está dependente de Cabral Ferreira e do Clube espanhol.
Como é de senso, uma parceria envolve custos e benefícios para ambas as partes e nesse contexto custa-me entender quais são as nossas mais valias para a respectiva permuta.
Quando a balança fica desequilibrada, algum interesse e segurança existe de quem concede mais, logo, como não há almoços grátis, que será empenhado ao Real Madrid?
A hipotética colocação de jogadores na equipa, mesmo que o seu custo seja suportado na íntegra (ponho dúvidas), surge condicionante dos nossos interesses, porque a introdução de elementos de mais valia por 3 ou 4 meses, desestabiliza mais que o que pode beneficiar.
A tendência para colocar atletas temporariamente e em baixo rendimento ou recuperação é normal nestas situações, para isso acho que não somos o Hospital da CUF ou o campo de treinos de outro clube.
Um projecto desta natureza, até poderia fazer sentido em parcerias alargadas que incluissem um centro de convalescença associado a um centro de estágios, acautelando os nossos interesses.
A rotação de reservas, mancos ou em espera não concede mais valias.
Não nos podemos esquecer que se trata de uma equipa que paga e contrata os jogadores mais caros do planeta e vive muito acima da nossa bitola.
Não lhes custa dar por um jogador o orçamento do nosso clube, quer dizer, custar custa, mas não vem mal ao mundo.
Mas a parceria parece ser almejada e os contornos poderão vir em breve à luz do dia.
Concedo o benefício da dúvida aos dirigentes que trabalham o assunto.
A calendarização para a concretização do acordo, parece ser o búsilis da questão, o presidente Cabral Ferreira terá a última palavra para já, mas nem tudo são rosas para os adeptos daquele clube espanhol, pois Murugarren entrou em rota de colisão com Gouveia da Veiga e sendo o primeiro o elo de ligação, deixa tudo em suspenso ou não, assim o entenda Cabral Ferreira.
De Duarte Ferreira (cumpre dizer que já falámos telefonicamente por cortesia e em breve está previsto um encontro), não se conhece a posição formal, mas tudo indica que não vai contestar o normal funcionamento do clube, o que de alguma forma alivia a tensão sobre o assunto.
Quanto a Cabral Ferreira tem necessidade de estabelecer o acordo, antes da AG para apresentar as contas e tanto ele como qualquer candidato quererá apresentar um orçamento para poder trabalhar.
A questão orçamental é outra da maior importância que os candidatos querem debiberadamente omitir e não se entende o porquê.
O rumo que o clube leva e a falta de controlo, acrescido do desequilíbrio dos estatutos, gera duas forças antagónicas em avaliação da direcção e se noutros tempos não se fazia sentir, agora é um factor de bloqueio.
A falta de vontade negocial e do reconhecimento do poder dos sócios, leva a que seja difícil qualquer direcção fazer passar um orçamento ou as contas em AG, porque nas AGs para esse fim vale um homem, um voto, enquanto nas eleitorais, vale o despautério.
A margem de manobra para o clube não entrar em crise é quase nula e dificilmente os resultados desportivos e um eventual acordo com o Real Madrid evitarão um chumbo nas contas.
A janela e já o disse, prende-se com uma vitória de Cabral Ferreira por larga margem, de modo a que os opositores nem se lembrem de comparecer na AG, aliás, qualquer outro que ganhe é-lhes indiferente de algum modo o chumbo, dado já terem anunciado auditorias, mas estarão a contas com qualquer viabilização de um orçamento e isto enquanto não forem alterados os estatutos.
Com um bom negócio que venha o Real Madrid, mas só se fôr um bom negócio.
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