quarta-feira, 11 de abril de 2007

O inesperado

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Como troquei as voltas ao pessoal, hoje no Vilas, almocei com o Vilas.

No Vilas o ponto alto varia entre as 14 e 14h30, se bem que entre as 13h30 e as 15h00, tudo pode acontecer. Os dias é que não vou dizer.

Os movimentos, quem se senta com quem, a troca de impressões, os comentários, as estratégias, as ante-visões, os blogues, a imprensa, tudo um pouco passa por ali, convenhamos que até esporadicamente a arruaça.

Ali podemos ver um ou outro membro do Conselho Geral quando cheira a assunto, incluindo Manuel Sérgio, Homero Serpa ou os ditadores militares, como membros da direcção e até o presidente, podemos ver Murugarren, treinadores incluindo JJ, enfim, um mundo.

O que transformou a tasca apagada num centro de discussão da vida interna do Belenenses nestes últimos meses, é um segredo que só os antigos frequentadores podem imaginar e explicar.

E hoje, andou de manhã Duarte Ferreira na zona, de tarde Gouveia da Veiga e ontem foi dia de Cabral Ferreira, que horror, uma sandocha com duas garrafas de leite com chocolate, o presidente faz-me temer o pior, mas hoje chegou a explicação, tomou o pequeno almoço às 2 da tarde. Está explicado.

Sei que não é educado reparar no que as pessoas comem ou bebem, mas escriba de fofoca tem estas nóias e gostam de salientar este que come sardinhas com batata frita e o outro que acompanha bacalhau com esparguete.

Mas vamos às fofocas, detesto saber quem está a almoçar no Pietra, mas parece que existe um garganta funda que transmite a informação religiosamente, pena é que não conheça o nome de todas as pessoas com rigor.

Tem um molho de sócios que vai praguejando sobre a profissionalização e vai dizendo que os "gajos querem é tacho".

Pois bem, aqui vai a minha opinião:

Qualquer empresa com 50 000,00 ou 100 000,00 euros de orçamento tem quadros de vários níveis, obviamente profissionais e porque não uma de 10 000 000,00 euros?

Porque será que a gestão de uma empresa e é disso que falamos, não é gerida por profissionais?

Porque os profissionais querem o estatuto de pertencerem à direcção de um grande clube e não querem abdicar do seu emprego, por segurança ou por outra razão qualquer, dedicando-se a tempo inteiro a um mandato que os responsabiliza.

E não querem porquê? porque quando não se sentirem capazes ou falharem, podem sempre dizer que a sua vida profissional ou privada (que têm direito a ela) já é demais sacrificada com a dedicação gratuita ao clube.

Do clube, tiram o estatuto e a projecção para a promoção pessoal e na prática não põem lá os coutos, veja-se o caso de um Ruas que se dá ao luxo de dizer que se demitiu do pelouro, mas não do cargo e tem o descaramento de vir dizer mais tarde em entrevista à "bola" que só vem ver os jogos de futebol. Ou o tipo das piscinas que esteve quase todo o tempo em Inglaterra e deixou tudo ao abandono.

Neste capítulo, nem quero bater mais nos incompetentes, porque basta ver quantos escolheu o CF da anterior direcção para o acompanharem nesta candidatura, para ver a percentagem de oportunistas.

Independentemente das imposições das instituições organizativas, FIFA e UEFA, no que se refere a profissionalização dos quadros, outras questões parecem evidentes, o argumento da candidatura de "profissionais" sem remuneração porque uma coisa não invalida a outra.

Nada mais falacioso, desculpa de mau pagador ou mau candidato, se abdica de remuneração, tudo bem, pica ponto a pelo menos 40 horas por semana e assume a demissão ou indemnização senão o fizer, tão simples como isto.

Neste campo estamos bem servidos, Lista A não profissionalização, mas não se coibe se tiver que ser, lista B não profissionalização, Lista C profissionalização.

Claro que nem todos os membros têm que ser renumerados, mas é o núcleo decisor que está em causa.

Ou seja, querem ter uma direcção a sério profissional à altura do estatuto do clube ou querem uma direcção amadora ou ainda uma que depende?

Há para todos os gostos.

Amanhã (senão fôr já hoje) vão chover pedras e canivetes cá para o meu lado, mas é o que penso.


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