domingo, 29 de abril de 2007

Missão cumprida

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Um número

Uma análise ligeira aos resultados eleitorais (números) revela um aspecto interessante.

2130 votantes é considerado um novo máximo, superior aos 1718 de 2005, desconhecemos a comparação, mas dos dados que dispunhamos, o record estaria em 3570 votantes, segundo o Blog dos Belenenses.

Com o universo de votantes a descer substancialmente, o aumento de votantes relecte uma consciência mais alargada por parte dos consócios.

Sinal que se torna necessário a re-equação do sistema eleitoral, tanto mais que um grupo significativo de consócios viu vedado o direito de participar.

Este aspecto que já temos referenciado, urge face a campanhas de sensibilização e angariação de novos sócios, aos quais não pode ser cerceado os elementares direitos de expressão e escolha de quem dirige o clube para o qual lhe pedem a adesão.

O pensamento das instituições está a mudar, os direitos de cidadania e a participação social estão na ordem do dia.

A leitura de alguns pontos chaves de cada campanha, com os seus erros de génese e declarações descuidadas, revelam pouco trabalho dos aparelhos das candidaturas e falta de prática no desenho de projectos e na sua defesa perante os eleitores.

Com a rápida evolução da sociedade e o aumento da esperança de vida, corre-se o risco de atrofiar o clube e não garantir a necessária adaptação aos tempos modernos, reduzindo-o a uma filosofia obsoleta da primeira metade do Séc. XX, num amadorismo dirigente que em nada será competitivo com a gestão moderna desportiva.

Não se tivesse dedicado Cabral Ferreira a tempo inteiro, a bem mais que 8 horas dia, de alma, coração e físico, abdicando da sua vida profissional, familiar e de lazer (incluindo férias), vai para quase um ano e o clube estaria moribundo.

Foi esse o reconhecimento que lhe foi tributado de algum modo e viu no campo desportivo o espelho desse esforço singular.

Pode-se dizer, foi por culpa dele e dos que o acompanharam, é verdade mas ele soube limpar a expensas próprias os erros cometidos por uma direcção solidária, da qual era a face visível.

É este amadorismo existente que é intolerável e para o qual reclamo a profissionalização parcial dos órgãos.



Não temos o direito de exigir uma direcção profissional que abdique das suas profissões para se dedicar ao clube gratuitamente, caso contrário, a defesa do “a cavalo dado não se olha o dente”, será a justificação para fracassos permanente.

Se queremos uma direcção a tempo inteiro, com uma postura profissional, a discussão terá que ser feita no quadro das área onde se justifica e não com argumentos canhestros de “tachistas”, “querem mamar”, “querem poleiro”, etc.
A escolha de uma direcção têm de ser avaliada, em primeira linha pelo programa e pela competência dos que se propõem executar esse programa, estando os sócios obrigados a proporcionar os meios e o apoio para a concretização desse programa, sem que, os que se apresentam tenham que ir ao seu próprio bolso suportar os encargos financeiros, de carreira e de imagem. Porque a continuar assim, o clube está entregue ao “tipo da relva”, dos “equipamentos” ou a outro qualquer que esteja disposto a meter umas coroas de avanço.

E as contas…

A política dos duodécimos é um artifício justificado pelo vazio estatutário, que tem analogia em coisa nenhuma, há que rever urgentemente este capítulo estatutário.

As contas são de “outro rosário”, a sua aprovação contem outras nuances. Contas são contas e se os números são aqueles, querem fazer o quê? Mudar as colunas? Pedir mais justificações? Ou entendem que estão erradas? E nesse caso a prova compete à acusação. Pode-se pedir esclarecimentos e mais esclarecimentos, se eles não vierem, tudo bem que se abstenham de modo a obrigar a sua apresentação, mas contas são contas.

Coloque-se nos estatutos que os desvios de tantos por cento, sem a aprovação do OR, determinam a queda da direcção, puna-se nos termos estatutários, até lá, contas são contas, haja os desvios que houver.


À beira-mar plantados

Ou melhor em quarto plantados, foram três pontos que o Beira mar deixou no Restelo, como pagamento de honorários aos delegados que ficaram detidos no pavilhão.

Dizem que eram 3000 os que iam gritando os golos do Belém para que os consócios presos soubessem o resultado, obrigado.



Em cima do joelho

Salvo o início do jogo, o intervalo e 20 minutos após o desafio, as mesas estiveram às moscas ou quase, obrigando os mais nervosos a ferver entre cigarros.



A não identificação dos Delegados levou a que existisse uma rebaldaria entre os que passeavam por entre as filas de eleitores, perturbando o processo, como os míudos aos pontapés na bola ali ao lado e um ruído complicado de suportar nos momentos de maior exigência.

A organização falhou redundamente em vários aspectos, inclusive nas convocatórias e nas missões.

As voltas com os secretismos ajudaram a criar stress desnecessário e a gerar um ambiente explosivo que levou à presença de dois agentes no pavilhão e uma catrefa em reserva, as divulgações não oficiais, os furas dos jornalistas e bloguistas (estes diga-se de passagem, mais uma vez fizeram um trabalho notável em prole do clube e não estou a falar nos webmasters), amenizaram os ânimos.



O trabalho foi de tal ordem que a derrota foi reconhecida antes da saída dos resultados oficiais, mais uma vez as máquinas estiveram mal e demonstraram uma falta de respeito para os consócios.

Falta ainda dizer que um “obrigado” do presidente da AG não ficava mal, para aqueles que convidou para Delegados, antes de os ter mandado embora porque estavam a mais (!!!) e a expressão “fora de cena, quem não é de cena” devia ser ouvida durante a tarde e noite noutro contexto, mas são os restos de um mandato conturbado que se espera não voltem. O ponto positivo foi ter dado para comer uma bucha no Vilas e ver um bocado dos riscados levarem uma coça dos afilhados do Valentim, fraca recompensa para quem deixou de ver o seu Belenenses aviar dois pastéis aos ovos moles.

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