O século XX é mal estudado nas escolas portuguesas, não interessa abrir páginas negras, responsabilidades castrenses e corporativismos esquecidos.
Os jovens deste país mal sabem que até 1928, não houve apenas a queda da monarquia, houve revoluções ao kilo.
E se a última revolução foi em 1974, não terminou aí a ingerência militar que se vai branqueando debiberadamente.
No século XX, capitães, majores e coronéis fizeram deste país gato sapato, contra a sociedade civil, estiveram no poder, foram censores, infiltraram-se na GNR, PSP, Bombeiros, CVP, PIDE/DGS, Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa, etc, etc.
Foi já na dobra do milénio que o governo teve a coragem de arrumar com um batalhão de majores e coronéis para a prateleira.
Ainda por aí vão fazendo uns biscates, para nossa má fortuna.
Tem dois outros assuntos que me incomodam, as presidências e os conselhos.
Incomodava o conceito de "presidente do conselho", título que era conhecido o primeiro ministro e foi largamente utilizado pelo Dr Oliveira Salazar.
Esta vontade de ser presidente a todo o custo, incomoda e a história dos conselhos, ai, ai! significa a desresponsabilização para o colectivo que até dói.
Pois, com o 25 de Abril de 1974 ganhámos um conselho da revolução de má memória, (não eleito como o costume) extremo oposto ao anterior regime e que deu um trabalhão aos indígenas verem-se livres deles, adivinhem por quem eram compostos?
Pois o branqueamento surdo vai por aí que nem aparece nos artigos da revolução.
Se a questão do presidente disto e aquilo é uma delícia, cá o nosso Belenenses é um exemplo acabado, ele tem o presidente da AG, o presidente da AG da SAD, mais o presidente da SAD, nem sei se da belem invest ajudam no mesmo sistema, o presidente do conselho (outro) fiscal e de disciplina, o presidente da DIRECÇÃO com os seus vices, pensava eu que o correcto seria chamar-lhes directores, mas que querem, devo ser muito complicado.
Se bem que uns dos referidos sejam eleitos e "democráticos", digamos assim para não criar mais bicho, outros são de nomeação, justificada pela participação de capital.
Tem outro orgão que é parcialmente "eleito", melhor dizendo de nomeação pelas listas eleitorais, no resto um grupo de perpétuos, claro com presidente também, que como conselho vale a tristeza de existir, só que neste caso e como incorpora um bom molho de coronéis e majores, adivinhem no que dá e qual a designação?
Sabiam que o 25 de Abril trousse "um homem, um voto"!
Falta fazer o "25 de Abril" no Belenenses.
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